domingo, 22 de agosto de 2010

Nem todo...

Nem toda loira é burra.
Nem toda patricinha é fútil.
Nem todo bebê é bonitinho.
Nem todo malandro é esperto.
Nem todo preso é bandido.
Nem todo chefe é líder.
Nem toda informação é útil.
Nem toda paixão é avassaladora.
Nem todo amor vale a pena.
Nem todo afeto é justo.
Nem todo amigo é irmão.
Nem toda verdade deve ser dita.
Nem toda infidelidade é falta de amor.
Nem todo beijo é bom.
Nem todo sorriso é sincero.
Nem todas as palavras o vento leva.
Nem todo abraço é reconfortante.
Nem toda crítica é destrutiva.
Nem toda tristeza é depressão.
Nem todo carnaval é alegria.
Nem todo não é ruim.
Nem toda palavra explica tudo.
Nem todo ponto é final.

sábado, 14 de agosto de 2010

Eu quero

Eu quero ter um fim de semana com mais de 48hrs.
Eu quero não ficar doente nunca.
Eu quero que todo mundo que eu amo, me ame também.
Eu quero ir pro trabalho sorrindo e voltar gargalhando.
Eu quero acordar às 6hrs da manhã assoviando por bons motivos.
Eu quero dormir até 3hrs da tarde sem culpa.
Eu quero não obedecer minha cabeça, e fazer somente o que o corpo deseja.
Eu quero fazer tudo aquilo que eu não deveria.
Eu quero gritar com todo mundo quando eu tiver com tpm e depois quero ser compreendida.
Eu quero comer sorvete, chocolate, pipoca e não engordar.
Eu quero nunca ter ressaca, independente da minha “mistura” na noite anterior.
Eu quero somente beijos apaixonados.
Eu quero que as pessoas que eu amo nunca vão embora.
Eu quero aprender a perdoar até mesmo o “imperdoável”.
Eu quero boas escolhas, e que as boas escolhas me queiram também.
Eu quero muitas coisas que podem parecer impossíveis. Mas elas só parecem.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ansiosos Anônimos

Boa noite, meu nome é Paola, sofro de ansiedade, e hoje é meu primeiro dia aqui no Ansiosos Anônimos.
É, eu sei que não existe outro A.A. além dos Alcoólicos Anônimos, mas bem que poderia. Assim como eu, existem mais outros milhões (ou seriam bilhões?) de ansiosos por aí desesperados por uma “cura” pra esse mal que já se tornou rotina na vida de muita gente.
Ansiedade é mais ou menos aquilo que você sente quando o seu chefe manda te chamar na sala dele i-me-di-a-ta-men-te; ou quando você recebe aquela carta vinda do “Ministério da Fazenda” (até porque quase nunca é restituição, né?); ou aqueles 30 segundos que antecedem a subida na balança depois de 2 semanas de muita dieta e malhação; ou aquela noite que você passa em claro ensaiando aquela apresentação do seu projeto que precisa da aprovação dos sócios da empresa; ou aquele momento que antecede a apresentação da sua monografia; ou ainda aquele friozinho na barriga quando encontra quem você está apaixonado... E aí? Lembrou agora?
A ansiedade é indicada por reações físicas absolutamente desagradáveis que aparecem nos momentos menos oportunos. É aquela sensação de um vazio no estômago, um certo medo, um aperto no peito, o coração acelerado, um nó na garganta, às vezes suor, uma falta de ar...
Hoje em dia é muito comum esse “surto” de ansiedade generalizada. A gente vive num mundo completamente imediatista, em que somos facilmente substituídos, e quase tudo é descartável. Vivemos sob constante pressão, na ordem de que tudo é pra ser feito “pra ontem”, e qualquer pequena falha pode causar prejuízos imensuráveis.
O mundo mudou muito e a cobrança sobre a nossa geração (20 e poucos anos) é grande. Muito grande. Aquela coisa de “o futuro está nas mãos das crianças” agora é quase literal. Ouço muito dizerem por aí que o pessoal que acabou de sair da faculdade é melhor ter certeza daquilo que estudou pois, caso contrário, entrar em outra faculdade pra exercer outra profissão aos 23, 24 anos é furada. Até se formar, e pegar experiência em outro ramo de atividade são mais 5, 6 anos, e o mundo atual simplesmente não tem tempo pra isso. Eu concordo e discordo em partes.
Discordo do fato de uma pessoa jovem tentar outra profissão aos 20 e poucos anos ser uma má ideia. Não necessariamente. O que não dá é pra ir trabalhar todo dia, como quem vai pro abate. E concordo, definitivamente, que o mundo hoje em dia não tem tempo pra nada. E em um mundo ansioso, cria-se toda uma geração de ansiosos.
Mas calmaê! Tanta pressão, tanta agitação, tanta precisão, tanta eficiência, tanta perfeição... Chega uma hora que a mente não aguenta, e dá pane. É aí que a ansiedade patológica entra em cena. Ela gera uma expectativa e um medo tão grande, que a cabeça simplesmente pára de funcionar. Mesmo.
Mas pra não chegar nesse ponto, volto ao meu desabafo de uma ré confessa: Boa noite, meu nome é Paola e sofro de ansiedade. Até porque acredito que só de admitir o problema já estou dando um passo em busca da “cura”.